Todo dom é um serviço ao próximo e, “o essencial e invisível aos olhos” .

Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.

O essencial é invisível aos olhos.

— Antoine de Saint-Exupéry – Autor do livro: “O Pequeno Príncipe”.

Você médico, você advogado, você padre, você esposa, você político, você comerciante, você cozinheiro, auxiliar de cozinha, copeiro, "barman", garçon, musico, astrofísico, gari, defensor dos animais, professor, do lar e do mundo, você que eu esqueci de relacionar aqui neste pequeno texto, Deus não te esquece, tudo que Deus te deu gratuitamente é em favor do próximo, é serviço, serviço para o outro não para você. O salário do trabalhador/servo, o que tem titulo e o sem título, tudo é serviço. Se você coloca seus dons pessoais, "do maior ao menor" (não tem menor nem maior), todo dom é dom, e é importante na tarefa/obra de criação redenção do mundo. Sem o agricultor e sua enxada e ou trator, não há alimento, sem a mão que manipula os alimentos não há a iguaria especial, fruto do dom pessoal daquele que o preparou com amor,  pois dom é amor. Sem o machado do lenhador não há a mesa de madeira do Magistrado que julga, não há o papel que leva a letra e o conhecimento a todo canto do mundo, todo dom é serviço. 

O essencial ao humano não é visível aos olhos, tal qual como a fome não é visível, o título de “doutor” não importa aquele que é socorrido, senão o socorro, o amparo, a colocação do dom a serviço do próximo.

Ora, para aquele preste a cai no abismo, o “titulo” e ou a cor, sexo, nacionalidade daquele e ou daquela que o salva de cair no abismo não importa aquele que está prestes  cair, mais sim a “mão” estendida que o salva.

Assim, para aquele que cai, não faz diferença quem você é, mas sim a mão que você estendeu para salvar, este é o seu dom, antes de qualquer título do mundo, é colocar – se a serviço do próximo e nisto revela – se o seu dom, na disponibilidade, no estender a mão e não na profissão que o mundo lhe “deu”, nenhuma profissão/dom é digno daquele que o administra quando não colocado a serviço do outro, nisto reside todo o “segredo” da missão cumprida, do amor de Cristo.

Quando colocamos nosso dom ao serviço do próximo o mundo caminha, é como dizia padre Leo: “buscai primeiro as coisas do alto”,  do céu, e todo o mais lhe será acrescentado, diz Jesus em Mateus, 6, 24-30.

E o que Deus dá gratuitamente, transcende a matéria e torna pleno o espírito, mesmo quando o corpo padece, a alma é feliz. Contraditório???

Não menos do que o corpo ter tudo que a vida pode dar, saúde, dinheiro, poder e a alma ser atormentada, infeliz. As coisas de Deus passam pelo corpo, mas não se restringem ao corpo. Um corpo alimentado não é sinônimo de alma feliz, assim como um corpo enfermo, com fome, sede, não é sinônimo de uma alma em paz. Corpo e alma precisam estar em harmonia para que o espírito possa voar alto, bem alto, mas o corpo pode suportar coisas e privações que a alma não pode suportar. Todo corpo é finito, mais a alma que o transcende e depende dele não, por isso quando o corpo padece a alma sofre e quando a alma padece o corpo sofre, um depende do outro, são integrados, dependentes e caminham juntos para a libertação, um depende do outro. O corpo é requisito para existência da alma, mas se o corpo padece a alma não se liberta antes se escraviza, se prende e não voa em direção aquele que lhe espera desde antes de sua criação.

Afinal, no final, não é como dizem: “o que os olhos não vêem o coração não sente”, mas sim, o que o olhos não vêem, somente o coração sente...E o que ele sente, mais não vê, a alma padece e se a alma padece, o corpo todo também padece, pois corpo e alma são um, e nada entre ambos é oculto a Deus, seu criador.

Portanto, não se preocupais com as coisas do “mundo”, buscai as coisas do alto, dizia padre Léo, no sentido, de que o que a alma “acumula”, o corpo finito não tem o poder de destruir, mas a alma é formada do “acumulo” não perecível que a alma ajuntou em sua pequena existência enquanto corpo. E, o segredo para buscar as coisas do alto é "simples", porque invisível aos olhos, é colocar o seu dom pessoal a serviço do próximo, e tudo o mais lhe será acrescentado, este é o Reino de Deus, invisível a muitos sábios é revelado aos simples e ou vice e versa, pois Deus não faz acepção de pessoas, entretanto, pede conta dos dons e missão pessoal de cada um de nós.

É, o essencial é invisível as olhos, mais palpável e verdadeiro para aquele que o recebe, não raro como o ar que não é visível aos olhos. Portanto, coloquemos nossos dons pessoais a serviço do próximo e tudo o mais nos será acrescentado, seja ao corpo, seja a alma, que ao final, são um só “corpo” (corpo e espírito), interligados, como vida e morte, pois sem vida não há morte, e não há morte que não seja precedida de vida!!!